A busca cega por rentabilidade: o que realmente importa ao investir?
- Henrique Kurebayashi
- 10 de out.
- 2 min de leitura
💡 Reflexão: "A busca cega pelo maior retorno é a melhor forma de perder dinheiro com consciência tranquila."
Vivemos em uma era em que investir virou um esporte de comparação. As pessoas não se perguntam mais "qual é o retorno que eu preciso?" , mas sim "o quanto os outros estão ganhando?".
Essa inversão de lógica faz com que muitos se tornem investidores de emoção e não de planejamento.
1. A ilusão da performance isolada
Quando alguém diz: "esse fundo rendeu 20% no ano passado", o cérebro se ilumina.
Mas o que raramente se considera é:
Qual foi o risco corrido para alcançar esses 20%?
Esse resultado é sustentável?
Essa performance serve ao meu propósito ou apenas massageia meu ego financeiro?
A verdade é que muitos investidores não têm um alvo financeiro real — eles têm apenas o desejo de "ganhar mais".
E quem não sabe o que está buscando, aceita qualquer caminho... inclusive os que levam ao prejuízo.
2. Rentabilidade suficiente é liberdade
Poucos percebem que o "suficiente" é o ponto mais poderoso do investimento consciente. Se, por exemplo, um retorno de 12% ao ano (um número possível e consistente para estratégias moderadas) te permite atingir a liberdade financeira em 15 anos, por que arriscar tudo tentando 18% e talvez perder metade do capital no caminho?
Essa é a essência da maturidade financeira:
Investir bem não é buscar o máximo de rentabilidade, é buscar o necessário com consistência.

3. O risco invisível do curto prazo
A volatilidade é traiçoeira — ela não destrói apenas o patrimônio, mas corrói a paciência.
Um ano ruim pode fazer o investidor mudar de rota, vender no pior momento, abandonar o plano e perder o benefício dos juros compostos.
Ou seja, o risco mais perigoso não está no ativo — está no comportamento.
4. A cegueira do "maior retorno possível"
É curioso como muitas pessoas dizem querer liberdade financeira, mas se comportam como caçadores de oportunidades, e não como construtores de patrimônio.
A busca incessante por "algo melhor" cria ansiedade, e a ansiedade cria decisões ruins.
No fim, a pessoa não constrói nada sólido — apenas coleciona arrependimentos.
5. A pergunta que muda tudo
Um investidor inteligente não pergunta:
Qual investimento vai render mais este ano?
Ele pergunta:
Quanto eu preciso render por ano para viver o que eu quero daqui a 10 ou 15 anos?
Essa mudança simples de pergunta muda tudo: Ela transforma a pressa em paciência, o impulso em estratégia, o medo em clareza.
✍ Conclusão: o novo olhar sobre a rentabilidade ao investir
A verdadeira liberdade financeira não está em alcançar o maior percentual possível — mas em saber o que é suficiente e caminhar até o destino de forma estável.
Porque quando o dinheiro é guiado por propósito, a rentabilidade deixa de ser uma corrida e passa a ser uma consequência.
E você, sabe qual retorno você precisa?
Escrito por Henrique Kurebayashi




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